Ao
procurar um livro para minhas leituras matinais nesta manhã ensolarada de
domingo, de 28 de dezembro de 2014,
encontro: “ Ferreira Itajubá” , publicado pelo
“Projeto Memória”. Tal projeto
era destinado aos estudantes de 1º e 2º graus e tinha como objetivo valorizar o
autor, escritor do nosso Estado na década de 1980. Parceria da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte com a Secretaria de Educação, o livro foi organizado por Francisco das Chagas
Pereira, ex-professor de Linguística da UFRN, filósofo,escritor, estudou na
Sorbonne/Paris.
Foto de Ferreira Itajubá copiada do site: http://literaturapotiguar.blogspot.com.br/
No Livro acima citado encontramos versos, cânticos, estrofes da poesia de Ferreira Itajubá, seu nome era Manuel Virgílio Ferreira, poesia comentada e interpretada por Francisco das Chagas e com sugestões de atividades para os alunos realizarem. Itajubá, para muitos, nasceu em Touros-RN, em 1876 (data incerta, ou 1877) e faleceu em 1912.
Após sua morte a poesia “Terra Natal” foi publicada pelo escritor e político norteriograndense, Henrique Castriciano, em 1914 e posteriormente pela Editora Universitária de Natal em 1981, quando era Reitor da UFRN o professor Diógenes da Cunha Lima e o Secretário da Educação do Estado do Rio Grande do Norte, professor Luis Eduardo Carneiro Costa, no projeto referido acima.
Nascer do sol do último dia do ano de 2014, 31/12/2014, em Touros-RN - Foto de Maria Antônia
O
Canto V da poesia “Terra Natal” de
Ferreira Itajubá, merece uma reflexão, nesse final de 2014, li e tocou
profundamente a minha alma. Segue:
CANTO V – FERREIRA ITAJUBÁ
Seja o mais leve inseto, a
laje mais pesada
Tudo se decompõe na efêmera
jornada.
Não há bronze que ature os
arrastos tiranos
Da cheia assoladora e
indomável dos anos;
Só o espírito ascende,
escapa as tempestades,
Não rola na ladeira eterna
das idades
O sol resplandece, a estrela que cintila,
Tudo se transfigura em
mentirosa argila,
Nada é perpétuo, nada,
embora nos conforte
A vida a ressurgir dos
escombros da morte,
Para voltar de novo aos
trágicos momentos,
Ao silêncio voraz dos
apodrecimentos.
Seca uma folha idosa, outra
folha rebenta,
E torna, cedo ou tarde, à
poeira que a sustenta.
Morre uma flor galante,
outra flor engraçada vinga,
E a ceifa devora a planta
engrinaldada; sazona um fruto ameno, outro fruto aparece verde,
E, se o poupa o campônio,
algum dia apodrece.
É a morte soberana, o lodo
nivelando,
O tempo demolindo e o tempo
edificando
Falemos do painel das
tintas desbotadas...
Quantos vestígios mil de
coisas acabadas.
Flor em cima do Tourinho de Touros - RN - Foto de Maria Antônia
Diante
desse Cântico de Ferreira Itajubá, reflito rapidamente sobre esse ano de 2014, que
termina e o outro que se inicia. Tudo passa nessa vida, “tudo se decompõe na
efêmera jornada”. O tempo? O tempo também, passa, de qualquer forma. Não podemos pegar o tempo
e voltar atrás como não devemos viver apenas de futuro.
O presente é hoje, vamos viver o presente?
Vamos vive-lo intensamente? Vamos construí-lo? O espírito sim! Permanece,
renasce, cresce rumo à perfeição. “Só o
espírito ascende, escapa as tempestades, não rola na ladeira eterna das
idades”. A eterna juventude existe no mundo espiritual. Estamos em permanente
transformação, tudo muda, tudo está em
permanente mudança. Que bom! Fecha-se um ciclo e outro é iniciado. Mas para que
a mudança aconteça é preciso tomarmos consciência do que queremos e tentarmos e
buscarmos ajuda se precisarmos. “O tempo demolindo e o tempo edificando”
Vamos
começar a mudança que queremos começando por nós, nas pequeninas coisas. Vamos
dar um bom dia, um sorriso, um aperto de mão? Vamos agradecer a vida! Vamos
viver a felicidade nas pequenas coisas?
Vamos
viver um feliz 2015?
Sino da Igreja do Bom Jesus dos Navegantes. Um convite para um 2015 repleto de bençãos dos anjos de luz.
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