sábado, 3 de janeiro de 2015

FELIZ 2015 – O Canto V da poesia “Terra Natal” de Ferreira Itajubá

                           

Ao procurar um livro para minhas leituras matinais nesta manhã ensolarada de domingo,  de 28 de dezembro de 2014, encontro: “ Ferreira Itajubá” , publicado pelo  “Projeto Memória”.  Tal projeto era destinado aos estudantes de 1º e 2º graus e tinha como objetivo valorizar o autor, escritor do nosso Estado na década de 1980. Parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com a Secretaria de Educação, o  livro foi organizado por Francisco das Chagas Pereira, ex-professor de Linguística da UFRN, filósofo,escritor, estudou na Sorbonne/Paris.





               Foto de Ferreira Itajubá  copiada do site: http://literaturapotiguar.blogspot.com.br/


No  Livro acima citado encontramos  versos, cânticos, estrofes da poesia  de Ferreira Itajubá, seu nome era Manuel Virgílio Ferreira,  poesia comentada e interpretada por Francisco das Chagas e com sugestões de atividades para os alunos realizarem.  Itajubá,  para muitos, nasceu em Touros-RN,   em 1876 (data incerta, ou 1877) e faleceu em 1912.

 Após sua morte a poesia “Terra Natal” foi  publicada pelo escritor e político norteriograndense, Henrique Castriciano,  em 1914 e posteriormente pela Editora Universitária de Natal em 1981, quando era Reitor da UFRN o professor Diógenes da Cunha Lima e o Secretário da Educação do Estado do Rio Grande do Norte, professor Luis Eduardo Carneiro Costa, no projeto referido acima.


     Nascer do sol do último dia do ano de 2014, 31/12/2014, em Touros-RN - Foto de Maria Antônia


O Canto V  da poesia “Terra Natal” de Ferreira Itajubá, merece uma reflexão, nesse final de 2014, li e tocou profundamente a minha alma. Segue:

CANTO V – FERREIRA ITAJUBÁ
Seja o mais leve inseto, a laje mais pesada
Tudo se decompõe na efêmera jornada.
Não há bronze que ature os arrastos tiranos
Da cheia assoladora e indomável dos anos;
Só o espírito ascende, escapa as tempestades,
Não rola na ladeira eterna das idades

O sol resplandece,  a estrela que cintila,
Tudo se transfigura em mentirosa argila,
Nada é perpétuo, nada, embora nos conforte
A vida a ressurgir dos escombros da morte,
Para voltar de novo aos trágicos momentos,
Ao silêncio voraz dos apodrecimentos.

Seca uma folha idosa, outra folha rebenta,
E torna, cedo ou tarde, à poeira que a sustenta.
Morre uma flor galante, outra flor engraçada vinga,
E a ceifa devora a planta engrinaldada; sazona um fruto ameno, outro fruto aparece verde,
E, se o poupa o campônio, algum dia apodrece.

É a morte soberana, o lodo nivelando,
O tempo demolindo e o tempo edificando
Falemos do painel das tintas desbotadas...
Quantos vestígios mil de coisas acabadas.


                                      Flor em cima do Tourinho de Touros - RN - Foto de Maria Antônia

Diante desse Cântico de Ferreira Itajubá, reflito rapidamente sobre esse ano de 2014, que termina e o outro que se inicia. Tudo passa nessa vida, “tudo se decompõe na efêmera jornada”. O tempo? O tempo também, passa,  de qualquer forma. Não podemos pegar o tempo e voltar atrás como não devemos viver apenas de futuro.


O presente é hoje, vamos viver o presente? Vamos vive-lo intensamente? Vamos construí-lo? O espírito sim! Permanece, renasce, cresce rumo à  perfeição. “Só o espírito ascende, escapa as tempestades, não rola na ladeira eterna das idades”. A eterna juventude existe no mundo espiritual. Estamos em permanente transformação, tudo muda, tudo  está em permanente mudança. Que bom! Fecha-se um ciclo e outro é iniciado. Mas para que a mudança aconteça é preciso tomarmos consciência do que queremos e tentarmos e buscarmos ajuda se precisarmos. “O tempo demolindo e o tempo edificando”

Vamos começar a mudança que queremos começando por nós, nas pequeninas coisas. Vamos dar um bom dia, um sorriso, um aperto de mão? Vamos agradecer a vida! Vamos viver a felicidade nas pequenas coisas?

Vamos viver um feliz 2015?
    Sino da Igreja do Bom Jesus dos Navegantes. Um convite para um 2015 repleto de bençãos dos anjos de luz.

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